Passaram 50 anos desde que os jovens Klaus Meine, Rudolf Schenker e Matthias Jabs deambulavam pelas ruas de Hannover, que acabava de despertar da paralisia do pós-guerra, com um carrinho de mão que transportava os seus instrumentos e amplificadores. Nestes 50 anos, tornaram-se na Alemanha, ou melhor, na banda de rock de maior sucesso da Europa continental, prova viva de que não são apenas a VW, a Mercedes ou a BMW que são capazes de competir internacionalmente, mas também a música rock clássica feita na Alemanha. Bandas indescritíveis, incluindo Smashing Pumpkins, bem como Green Day, Korn, System Of A Down ou Queensryche, tiveram músicas regravadas pelos Scorpions ao longo dos anos. “Rock You Like A Hurricane” por si só foi gravada 150 vezes por diferentes músicos.
Expressar uma carreira como a dos Scorpions em meros números é quase impossível. No entanto, um número que ainda deve ser referido são os mais de 100 milhões de discos vendidos até à data. Isto faz dos Scorpions a banda de rock de maior sucesso na Europa Continental, de longe.
Na Alemanha, os Scorpions venderam mais de um milhão de cópias só de “Crazy World” – e com isso, no género rock empataram facilmente até com Nirvana (Nevermind), AC/DC (Back In Black) ou Guns’N Roses (Use a sua ilusão I). Acidentalmente, ganharam dupla platina por isso em 1991. Como na Suíça e no Canadá, aliás. Além disso, “Sting In The Tail” (1991) e o single “Wind Of Change” (1991) foram disco de platina na Alemanha. Aliás, este último foi o número 1 em sete países!
No entanto, inúmeros prémios de prata, ouro e platina são apenas um lado da história dos Scorpions. Outra é o desejo inabalável de viajar. Nenhuma outra banda de rock do seu calibre, ao fim de tantos anos, sobe ao palco com tanta frequência como os naturais de Hanno-ver. Já fizeram milhares de concertos em todos os cantos do planeta: no Rio de Janeiro, Tóquio, Moscovo, Washington, Dubai, Paris ou Berlim. Em 1988, foram a primeira banda de rock ocidental a fazer concertos esgotados durante cinco dias consecutivos na então ainda soviética Leninegrado. Realizações pioneiras também noutros locais: através dos primeiros concertos na China e no Sudeste Asiático, abriram portas a muitas outras bandas ocidentais.
Conquistaram grande sucesso no Brasil em 1985, no lendário festival “Rock in Rio”, quando outras bandas alemãs puderam realizar o melhor sonho de países estrangeiros. A performance está documentada no memorável álbum ao vivo “World Wide Live”, que foi o último avanço da banda nos EUA, consolidando para sempre a sua reputação como uma das bandas ao vivo mais quentes do planeta.
E depois houve o festival “Moscow Music Peace” de 1989, onde os Scorpions finalmente conquistaram a Rússia, inspirando Klaus Meine a escrever a faixa pouco depois do último tema de outono da Cortina de Ferro: “Wind of Change”.
Houve muitos momentos mágicos ao vivo; alguns deles são captados em álbuns ao vivo, outros em gravações de filmes e vídeos. São estes os momentos que teceram a reputação dos Scorpions como uma das raras bandas que se destaca muito acima da multidão.